Muitos pacientes diabéticos estão em pânico com a pandemia . Então resolvi pesquisar o assunto e colocar aqui para vocês o que pode tirar muitas de suas dúvidas.
Diabetes
e COVID-19 – Orientações gerais
1.
Por que as pessoas
com diabetes estão no grupo de maior risco de infecção em relação ao COVID-19?
Pessoas com diabetes não tem maior
risco de infecção, mas sim de maior gravidade da COVID-19.
2.
Pessoas com
diabetes controlado têm menos risco de complicações relacionadas ao
coronavírus?
O risco de complicações pelo COVID-19
é muito menor e quase igual ao das pessoas sem diabetes se os níveis de açúcar
no sangue estiverem controlados.
3.
As pessoas com
diabetes estão no grupo de maior risco para evoluir com as formas graves da
doença?
As pessoas com diabetes que estão no
grupo de maior risco para evoluir com as formas mais graves da doença são
aquelas com longa história de diabetes, mau controle metabólico, presença de
complicações, doenças concomitantes e especialmente idosos (maiores de 60
anos), independentemente do tipo de diabetes.
O risco de complicações na pessoa com
diabetes bem controlado é menor, tanto para diabetes tipo 1 quanto para tipo 2.
4.
Os sintomas da
COVID-19 são diferentes em pessoas com diabetes?
Não, os sintomas serão os mesmos da
população sem diabetes. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca e
cansaço. Podem estar associados: coriza, obstrução nasal, dor de garganta.
Quadros gastrointestinais como diarreia, são menos frequentes. A maioria das
pessoas infectadas apresentam sintomas leves (febre, tosse e, em alguns casos,
pneumonia). Cerca de 14%, a menor parte das pessoas infectadas, podem
desenvolver sintomas graves (dificuldade em respirar e falta de ar),
necessitando internações para tratamento com suporte de oxigênio.
5.
Todas as pessoas
com diabetes tem imunidade baixa? A pouca ou ausência de insulina afeta a
imunidade?
A baixa imunidade na pessoa com
diabetes está ligada à elevação do açúcar no sangue, não à falta de produção de
insulina. Por isso o controle da glicemia, através de monitorização, uso
adequado da insulina ou medicação oral, alimentação equilibrada e exercício
físico, vai permitir que a pessoa com diabetes enfrente o coronavírus com menos
riscos à sua saúde.
A pessoa com diabetes que está
muito acima do peso também pode ter a imunidade afetada por ter maior
inflamação desenvolvida por este excesso de peso
6.
O risco de
complicações da COVID-19 é maior tanto para quem tem diabetes tipo 1 quanto
tipo 2?
O risco de complicações é maior para
aqueles com 60 anos ou mais, que já tenham complicações do diabetes, com outras
doenças como a pressão alta e que estão com altos níveis de açúcar no sangue,
independente do tipo de diabetes.
7.
Pré-diabetes é
considerado grupo de risco?
Não há dados disponíveis com nível de
evidência que possa afirmar que pacientes pré-diabéticos tenham risco aumentado
diante de uma infecção do coronavírus.
Deve-se observar se o pré-diabetes
está presente em pessoas com outras patologias associadas e em idosos.
Orientamos que todos as pessoas, em
risco ou não, devam seguir as mesmas orientações gerais para evitar o contágio
e seguir todas as orientações das autoridades sanitárias vigentes.
8.
A mulher grávida
com diabetes têm um risco maior de contrair a COVID-19?
Durante a gravidez pode ocorrer um
enfraquecimento no sistema imunológico, devido a alterações hormonais, sendo
necessário ter atenção redobrada para evitar problemas como resfriados, gripes
e infecções urinárias. É fundamental um controle muito melhor também das
glicemias, que deverão ser medidas com maior frequência também para o bem estar
da mãe e do feto.
9.
A pessoa que tem
diabetes e um transtorno alimentar é mais vulnerável para o Coronavírus?
Em relação aos transtornos
alimentares, como o mais comum no diabetes é a diabulimia, isto faz com que as
glicemias fiquem sempre altas. Quando existe um mau controle do diabetes, a
pessoa fica mais vulnerável a infecções, pois ocorre uma queda na imunidade.
10. Se a pessoa tem tireoidite de Hashimoto,
hipotireoidismo e diabetes, o risco é maior ter a COVID-19?
O fato da pessoa com diabetes ter
também tireoidite autoimune (Hashimoto) não aumenta o risco de pegar uma
virose. Mas é necessário fazer a monitorização das glicemias em casa através
das glicemias capilares ou sistema flash (glicose intersticial) e tomar a
insulina e medicamentos prescritos para manter o diabetes bem controlado.
É importante também dosar os hormônios da tireoide no sangue para saber se o
hipotireoidismo está compensado com a dose de L-tiroxina adequada para a
pessoa. Alguns dos sintomas do hipotiroidismo, como cansaço e prostração, podem
confundir com a presença de uma
virose.
11. Como uma pessoa com diabetes e síndrome gripal deve
agir se não puder fazer o exame específico para detectar a COVID-19?
Pessoas com diabetes apresentando
sintomas leves de resfriado ou com “síndrome gripal” devem se manter em
isolamento respiratório domiciliar por 14 dias.
12. É possível diferenciar a “síndrome gripal” causada
pelo Coronavírus do vírus da Influenza nas pessoas com diabetes?
Não, não é possível diferenciar,
tanto em pessoas com e sem diabetes. Esta diferenciação é realizada apenas por
testes virológicos.
13. Quem é a pessoa com diabetes que deve procurar
avaliação hospitalar por suspeita de COVID-19?
As pessoas com diabetes que
apresentarem sintoma respiratório (tosse é o mais visto) e febre mantida por
mais de um dia ou desconforto para respirar – mesmo sem febre.
14. Uma pessoa com diabetes e infectada pelo
coronavírus pode transmiti-lo mesmo sem apresentar nenhum sintoma?
Pode ser possível. Ainda estão sendo
realizados estudos na tentativa de saber se o risco de transmissibilidade é
menor ou não. Por estas dúvidas que ainda permanecem, deve-se garantir que as
pessoas com diabetes ou quaisquer pacientes com sintomas se mantenham em
isolamento respiratório. E, se estivermos sem conhecer se houve exposição ou
contaminação, a distância mínima de um metro deve ser respeitada.
15. Existe algum medicamento para o tratamento da
infecção pelo coronavírus? Isso é diferente para as pessoas com diabetes?
Embora as pesquisas continuem
avançando para a busca da cura, não há medicamento específico que seja eficaz
ou seguro para tratar infecção pelo coronavírus. Até o momento, não há
evidências de que o tratamento será diferente para uma pessoa com diabetes. Se
há suspeita, as medidas indicadas são: repouso e ingestão de líquidos; cuidados
com a boa alimentação, uso de analgésicos e antitérmicos para aliviar os
sintomas; monitorar frequentemente sua glicemia e ajustar as medicações e doses
de insulinas se necessário e sob supervisão médica.
16. Antibióticos podem ser usados para tratamento ou
prevenção da COVID-19 em pessoas com diabetes?
Não, antibióticos não previnem
ou tratam vírus, tratam infecções bacterianas. Portanto não tratam ou previnem
COVID-19 em pessoas com diabetes. O estudo que mostrou o benefício de um
pequeno número de pacientes recebendo o antibiótico azitromicina (associado a
hidroxicloroquina) avaliou que estes mesmos pacientes pudessem ter uma infecção
bacteriana concomitante, e, portanto, melhoraram por esta razão.
17. Existe algum tratamento com remédios alternativos
que beneficiem ou previnam que pessoas com diabetes possam se infectar por
coronavírus?
Não há tratamento para a infecção por
coronavírus até o momento em nenhuma população, sejam pessoas com ou sem
diabetes.
Não há qualquer evidência científica
de que suplementos vitamínicos, infusões ou chás, alimentos específicos ou
ações como lavagens nasais com solução salina possam conter ou serem
terapêuticos na melhora da COVID-19.
18. Tomar vitamina C ou qualquer outro tipo de
suplemento diminui o risco de COVID-19?
Não existe nenhuma vitamina, soro,
terapia alternativa ou terapia dita para aumentar a imunidade que previna ou
trate COVID-19.
19. Qual medicamento não deve ser usado por pessoas com
diabetes, com suspeita ou confirmação de infecção pelo coronavírus?
Ainda não há uma resposta
definitiva para esta suspensão. Mas um estudo mostrou que a excreção do
coronavírus foi prolongada com o uso do medicamento Ibuprofeno. Como medida de
precaução, prefira uso de dipirona e paracetamol em casos de dor ou febre, até
que mais dados de segurança sobre os anti-inflamatórios, incluindo o
Ibuprofeno, sejam publicados.
20. O tratamento para os casos graves de coronavírus
com pneumonia e insuficiência respiratória é diferente em pessoas com diabetes?
Não. Atualmente, o tratamento para
estes casos é a suplementação de oxigênio e, se necessário, a ventilação
mecânica. Na evidência de falta de ar é importante procurar assistência médica.
Fonte: SBD
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