De acordo com o Relatório do Status
Global sobre Álcool e Saúde 2014, da Organização Mundial da Saúde,
dentre a população que consome álcool, cerca de 16% das pessoas com 15 anos ou
mais têm episódios de consumo pesado de álcool – definido pelo relatório como
“60 ou mais gramas de álcool puro pelo menos uma vez no mês anterior”. Além
disso, em 2012, 5,9% de todas as mortes no mundo foram causadas pelo consumo de
álcool.
A OMS afirma que o álcool pode ter muitas consequências
negativas, incluindo dependência, aumento do risco de mais de 200 doenças,
violência e ferimentos.
O consumo
excessivo de álcool afeta o corpo de várias maneiras. De acordo com o Instituto sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo
dos Estados Unidos, as consequências
para a saúde podem incluir danos no fígado, como esteatose e cirrose; problemas
cardíacos como cardiomiopatia, acidente vascular cerebral e hipertensão
arterial; aumento do risco de desenvolver certos tipos de câncer;
enfraquecimento do sistema imunológico, alterações de humor e comportamentais.
O documento com as diretrizes americanas em
nutrição para o período de 2015 a 2020 recomenda
que, se houver consumo de álcool, ele deve ser feito com moderação. O consumo
moderado de álcool é definido como até um drinque por dia para mulheres e até
dois drinques por dia para homens.
Beber álcool em pequenas quantidades de vez em
quando não é preocupante. No entanto, se você acha que não pode passar um dia
sem beVocê está jantando com os seus amigos e vocês pedem uma rodada
de bebidas. Enquanto seus amigos param depois de um ou dois drinques, você
continua. Parece que você não consegue parar de beber. Se esse for o seu caso,
o comportamento pode indicar uma dependência do álcool.
A definição de consumo de baixo risco do Instituto sobre
Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos para mulheres é
de menos do que três bebidas em um único dia e não mais do que sete doses por
semana. Para homens, o instituto considera que o consumo não pode superar
quatro bebidas em um único dia e não ultrapassar 14 bebidas por semana.
Para pessoas
com dependência de álcool, pode ser muito difícil parar de beber de repente.
Elas podem até mesmo ter o chamado delirium tremens, uma forma grave de abstinência alcoólica que causa
alterações súbitas e severas no sistema nervoso ou mental, de acordo com o Medline Plus, site do governo americano que reúne informações sobre
saúde. Os sintomas podem incluir delírio, tremores, irritabilidade, alucinações
e mudanças rápidas de humor, entre outros.
Se você já
teve dificuldade em lembrar o que aconteceu depois de uma noite de bebedeira,
você já sabe que consumir álcool em grandes quantidades afeta a memória de
curto prazo. De acordo com o Instituto sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo
dos Estados Unidos, algumas bebidas
são suficientes para causar deficiências na memória.
No trabalho,
no carro, em casa e até na sua bolsa – você sempre tem uma garrafa por perto
caso sinta a necessidade de beber. Esse é um sinal de dependência de álcool e
indica que você provavelmente está bebendo muito.
Um estudo publicado no
Jornal Europeu de Nutrição Clínica (em inglês) demonstra que existe uma
correlação entre ter um excedente de gordura ao redor da cintura e o consumo de
álcool. Em outras palavras, quanto mais álcool uma pessoa bebe, maior a
probabilidade ela tem de ganhar peso, especialmente na região abdominal.
O
enfraquecimento do sistema imunológico é uma das consequências para a saúde do
abuso de álcool listado pelo Instituto sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo
dos Estados Unidos. O que acontece
quando o seu sistema imunológico está comprometido? Você fica doente com mais frequência
e tem mais dificuldade em combater infecções.
O álcool é um
diurético, o que significa que ele estimula a micção. Se você não repor esses
líquidos, seu corpo pode ficar desidratado. Isso fará com que você sinta sede
e, caso não consuma água logo, pode haver consequências graves para o seu corpo, como insuficiência renal.
Beber
regularmente reduz os níveis de serotonina no seu cérebro. Como essa substância ajuda a regular o
humor, o excesso de álcool pode levar a mudanças abruptas em suas emoções e
temperamento.
Aumento da
pressão arterial, outra consequência para a saúde do abuso de álcool listado
pelo Instituto sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo
dos Estados Unidos, é ruim em
diversos sentidos. Pressão arterial alta pode causar derrames, ataques
cardíacos, insuficiência cardíaca e renal.
Você pode
cair no sono profundo mais rapidamente depois de beber, mas o álcool interrompe seu ciclo normal de sono. Ao reduzir o estágio de movimento rápido dos olhos (REM),
beber muito pode deixar você cansado no dia seguinte, independentemente de
quantas vezes você apertar o botão soneca.
Se você bebe
para aliviar a depressão ou bebe tanto que se sente deprimido, fique atento. Estudosmostram que
automutilação e suicídio são muito mais comuns entre pessoas com problemas com
álcool. Novamente, isso se deve à maneira como o álcool afeta a química do
cérebro, assim como aos aspectos negativos da ressaca, ansiedade, discussões
com familiares ou amigos, problemas sexuais, dentre outros.
O excesso de
álcool pode tornar difícil para os homens manter uma ereção. Durante um período prolongado, esta condição temporária
pode transformar-se em impotência.
Além das
dificuldades sexuais para homens, o consumo excessivo de álcool pode afetar os níveis de fertilidade feminina. As mulheres podem demorar mais tempo para engravidar e ter
problemas menstruais se beberem demais.
Há vários recursos disponíveis para ajudar quem quer largar o
vício do álcool. Se você acha que está com problemas com a bebida e está
preocupado com sua saúde, comece procurando um médico.
Você também pode entrar em contato com a Alcóolicos Anônimos
do Brasil, grupo de autoajuda que existe em mais de 50 países, com
larga experiência no atendimento de dependentes de álcool. Há reuniões da AA em
todo o país, encontre o grupo mais próximo de
você.
Não hesite em pedir ajuda se o consumo de álcool estiver
interferindo em sua vida.
Fontes
Organização Mundial da Saúde. “Relatório do Status Global sobre Álcool e
Saúde 2014.” Organização Mundial da Saúde, 2014, http://www.who.int/substance_abuse/publications/global_alcohol_report/msb_gsr_2014_1.pdf?ua=1
Organização Mundial da Saúde. "A OMS pede aos governos que façam
mais para prevenir mortes e doenças relacionadas ao álcool". Organização
Mundial da Saúde, 12 de Maio de 2014, http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/alcohol-related-deaths-prevention/en/.
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