Isso foi aliado à nova alimentação dos suínos, que mudou para melhor. "Eles anteriormente eram alimentados com restos de comida, e agora recebem ração equilibrada, com quantidades adequadas de macronutrientes, e em certas marcas até há a presença de antioxidantes e sequestradores de toxinas", explica Israel Adolfo, nutricionista do esporte de São Paulo. Mas para garantir tudo isso, é preciso verificar sempre a procedência do alimento, inclusive o carimbo da vigilância sanitária.
A carne suína hoje é uma boa opção de carne vermelha. Apesar da cor clara, ela entra nessa categoria por causa da concentração de hemoglobina, que mesmo sendo menor do que no tipo bovino, ainda é considerada alta. Pena que o estigma de inimiga da saúde ainda continue... Religiosos ou não, muitos ainda acreditam que a carne suína é rica em gorduras e colesterol, características que agora fazem parte do passado desse alimento - desde que você saiba escolher os cortes mais saudáveis e capriche no modo de preparo. O lombo de porco, por exemplo, apresenta menos quantidade de colesterol que o filé de frango. Se você ainda não está convencido, comparamos essa iguaria com as carnes de boi e frango, para que ela possa finalmente ser absolvida na inquisição da cozinha. Confira!
Ótima fonte de proteínas
Nesse primeiro quesito, a carne de porco é campeã, mas
principalmente pela qualidade. "Estudos mostram que a carne suína possui
maior conteúdo de aminoácidos essenciais (aqueles que nosso corpo não produz),
como por exemplo, leucina, lisina e valina. Estes aminoácidos podem auxiliar o
organismo na manutenção do sistema imunológico", explica Karina Valentim,
nutricionista da PB Consultoria em Nutrição. Porém, quando o assunto é
quantidade, o lombo assado perde apenas para o peito de frango assado, enquanto
o primeiro tem 28 gramas a cada 100 g de carne, o segundo apresenta 31 g para a
mesma quantidade. Já a alcatra, nessa categoria, apresenta o valor 27 gramas,
apenas um pouco a menos.
Porco
também pode ter cortes magros
É claro que em todos os tópicos, tudo depende do tipo de corte.
E alguns tipos de carne suína são bem pouco calóricos, por incrível que pareça
para muita gente. Vamos aos números: a bisteca suína apresenta 164 kcal a cada
100 gramas do alimento. Já o corte bovino mais magro é o contrafilé sem
gordura, que apresenta 131 kcal na mesma quantidade. Porém, a alcatra já tem
muito mais energia: 234 kcal. O frango, no entanto, ganha de todas, o peito sem
pele é a carne menos calórica de todas, com 119 kcal a cada 100 gramas. Vale
ressaltar que esses valores calóricos não consideram o modo de preparo do
alimento, portanto a melhor forma de garantir que o corte suíno fique mais
saudável à mesa são as preparações assadas, grelhadas e cozidas. Evite as
versões fritas, que aumentam o valor calórico da carne. Quando é feita com
óleo, por exemplo, a bisteca de porco soma 311 kcal, um aumento considerável. E
nem todos os cortes do porco são liberados. O toucinho, por exemplo, contém 593
kcal a cada 100 gramas.
Colesterol:
evite os cortes mais gordos
De acordo com a
nutricionista Karina Valentim, alguns cortes de carne de porco lideram o
ranking quando o assunto é menos colesterol. O
lombo suíno está empatado com o filé-mignon bovino, ambos apresentam 55 mg de
colesterol a cada 100 gramas de carne. Logo em seguida vem o filé de frango sem
pele, com 59 mg, assim como o contrafilé sem gordura. "Porém, o teor de
colesterol da costela suína e do toucinho é maior que todos os cortes de carne
bovina, sendo assim, estes cortes não seriam indicados para o consumo
cotidiano", alerta a especialista. Já no quesito gorduras, a carne de
frango é que as possui em menor quantidade.
Composição
nutricional
No caso de nutrientes como vitaminas e minerais, o porco também
apresenta mais vantagens. "A carne suína possui maior teor de vitamina B1
(tiamina), vitamina B3 (niacina) e vitamina B8 (biotina) comparada à carne
bovina", aponta a nutricionista Karina. Por outro lado, a carne bovina tem
teores maiores de vitamina B12, aquela que só encontramos em fontes animais, e
o frango é rico em vitamina B5. Na questão mineral, a carne de boi tem mais
zinco, ferro e potássio, seguida pela carne de porco e só depois a de
frango.
Maciez e
preparo
Não importa o tipo da carne, todas elas devem ser feitas
preferencialmente cozidas, assadas ou grelhadas. Porém, o nutricionista Israel
Adolfo considera a suína a carne de preparação mais difícil. "A carne que
precisa de melhor cozimento é a de porco, por isto considero a de preparo mais
complicado", explica o especialista. Já a maciez varia não só entre os
cortes, mas também de animal para animal, mesmo que sejam da mesma espécie.
Karina ensina um truque para qualquer uma delas: "para deixar o grelhado
mais suculento recomenda-se que não aperte a carne na panela, deixe selar de um
lado, vire e deixe selar do outro, para que a carne não perca seu suco interior
e fique macia".
Ingestão em
excesso
As proteínas quando consumidas em quantidades muito grandes
podem trazem problemas ao organismo, de acordo com Nicole Trevisan. Mas entre
os três tipos de carne, a mais perigosa acaba sendo a proveniente do boi.
"Estudos mostram que as carnes bovinas possuem maior teor de gordura
intrínseca quando comparada a outras carnes. O consumo desta gordura está
associado a um maior risco de doenças cardíacas", explica Karine Valentim.
Mas ela mesma alerta que no lugar de cortá-la de vez do cardápio, o ideal é
limpar bem as peças e tirar toda a gordura antes do preparo.
Consumo
recomendado
Para Israel Adolfo, é muito importante consumir carne, já que ela será
fonte de proteínas de alta qualidade e vitaminas como a B12. Mas o consumo deve
ser distribuído ao longo da semana. "As carnes bovinas e suínas, por
apresentarem um teor de gordura maior, devem ser consumidas no máximo de 3
vezes na semana. Nos outros dias é importante que se faça um rodízio,
alternando o consumo de peixes, frangos e ovos, como fonte proteica",
ensina a nutricionista Karina. Fonte: MSN